terça-feira, 12 de abril de 2011

Um passo em frente

E aí estamos nós no abismo! Estando tão próximos, a nossa habitual atracção pelo mesmo, lá nos fez dar mais um passo em frente! Sócrates lançou o barro à parede, indiferente à situação deplorável do país, e a ambição de poder do PSD fez o resto! Mal por mal, terá pensado o "engenhero" (uma mistura peculiar do “desenrasca” português com o “sempre em pé” da eslava matrioska), antes que me queime completamente pela tripla acção chamejante de uma maioria insuficiente, um presidente hostil e recém-legitimado e uma situação económica que só pode piorar ainda mais a minha imagem, vamos lá forçar eleições. Isso é claro, se o PSD e a restante oposição não quiserem continuar a ser tratados como atrasados mentais. Portanto, decidiu, vamos à luta! Luta eleitoral que começou logo, aliás, antes até de proferida a decisão parlamentar que levou à demissão. Se ganhar com maioria absoluta (o que é muito pouco provável), fica com as mãos livres a partir daí! Se ganhar com maioria relativa, obtém, pelo menos, uma legitimidade reforçada. Se não ganhar, pode sempre retirar-se, assistir de poltrona à falência que ajudou a criar e esperar por dias melhores, lançando ao mesmo tempo as farpas (em que é especialista) a um PSD que, pelos vistos, não sabe ainda onde se meteu! Deste modo, dificilmente o mesmo pode sair destas eleições em situação pior do que estava! Mas, o país pode! E muito! Na verdade, enquanto isto, o país afunda-se cada vez mais: destituído de liderança activa e operacional, durante, pelo menos, quatro a cinco meses. E Cavaco, na postura zombie que o caracteriza, pela primeira vez em que teve que gerir uma crise, arrastou incompreensivelmente uma decisão que devia ter sido célere! Também ele, infelizmente, não está à altura das responsabilidades! Aliás, o sentimento que se tem quando se olha para todo este imbróglio e se observa a repetição de acções e discursos que levaram ao miserável estado de coisas em que estamos mergulhados, percebe-se, com tristeza, que nem mesmo nesta altura, a partidarização (e, pessoalização) de interesses deixa de dominar, quase em absoluto, comportamentos e vontades! Moribundo o país, preparam-se irresponsavelmente para o enterrar e acusarem-se, mutuamente, de homicídio! Ditosa pátria que tais filhos tem!

Sem comentários:

Enviar um comentário